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McDia Infeliz

Por Camila Araújo e Camila Leão.

Desde 1949 quando foi criada a primeira Associação Brasileira de Nutricionistas no dia 31 de agosto, é comemorado o dia do nutricionista. Neste ano de 2013, nessa mesma data, coincidentemente irá ocorrer o McDia Feliz, ação promovida pela rede de Fast Food McDonald’s.

Aqui em Brasília, está sendo organizado o “Ato em Comemoração ao Dia do Nutricionista e Por uma Vida Menos Fast-Food“, que propõe conscientizar a população sobre os efeitos que podem ser causados pelo consumo de alimentos tipo Fast Food. Entre as estratégias utilizadas estão a distribuição de panfletos, o bazar anti-câncer (que contará com café da manhã  e almoço saudável, venda de produtos naturais), exibição de dois vídeos relacionados ao tema e encenação artística sobre “O Julgamento do Ronald McDonald”.

Ao divulgar essas informações nas redes sociais, recebemos alguns comentários de leitores a favor da campanha. Respeitamos o ponto de vista de cada um, mas ressaltamos que o intuito do PropagaNUT em divulgar esse ato e levantar a crítica contra o McDia Feliz, foi levar as pessoas a pensar e questionar se uma empresa que vende produtos que estão relacionados com o aumento dos riscos de desenvolvimento de câncer, deveria promover uma campanha em prol de crianças e adolescentes com a doença (será que o McDonald’s não contribuiu de alguma forma, para que uma criança tenha câncer atualmente?).
Além disso devemos repensar se essa é uma estratégia realmente assistencial ou se, assim como em outros casos já mostrados no PropagaNUT ( veja mais aqui e aqui), a empresa está apenas fazendo um marketing disfarçado, sem assumir que tem boa parte da culpa pelo real problema de saúde pública atualmente – não só o câncer, mas também obesidade, diabetes, hipertensão entre outros.
Para quem ainda acha que esses alimentos não fazem tão mal assim, vale a pena conferir a vídeo aula do Nutricionista e Professor Henrique Freire, que discute alguns aspectos importantes sobre esse tema.

Clique na imagem para ser direcionado à página do vídeo.

Acreditamos que  quanto mais informação as pessoas têm, melhor é o seu julgamento sobre determinado assunto e, portanto, esse vídeo torna-se fundamental para embasar discussões a respeito dos efeitos e das reais intenções do McDia Feliz.

O que é o McDia Feliz (segundo o Mc Donald’s):

Coordenado pelo Instituto Ronald McDonald, o McDia Feliz é o principal evento comunitário brasileiro e se tornou a maior e mais reconhecida campanha do país pela cura do câncer infantojuvenil, com a participação de milhares de voluntários, instituições de atendimento a crianças e adolescentes com câncer e de todo o Sistema McDonald’s – Funcionários, Franqueados e Fornecedores.

O evento garante o dia de maior movimento em mais de 600 restaurantes McDonald’s, contando com uma mobilização de mais de 30 mil voluntários. Ao longo de 24 anos de realização da campanha, os recursos obtidos com o McDia Feliz contribuíram para o expressivo crescimento do índice de cura da doença no Brasil: de 15%, no final da década de 80, podendo chegar a 85% atualmente caso diagnosticado nos estágios iniciais.

Fica claro que nesse dia de “celebração” contra o câncer, as redes da lanchonete ficam super lotadas, aumentando bastante o faturamento – pois não é vendido SOMENTE o sanduíche Big Mac; com certeza outros produtos estão sendo comercializados, em especial, a “caixinha feliz” com brinquedo. E quando eles explicam como o Dia Feliz contribuiu para a cura do câncer? Não teria sido o avanço da medicina? Talvez não… Não sem a ajuda do McDonald’s! #ironia

Para aqueles que comem pensando em contribuir para a causa do câncer, existem outras formas de ajudar, não só essas instituições, mas diversas outras; não precisamos que uma “segunda pessoa” repasse a nossa doação, podemos fazer isso diretamente. E também vale ressaltar que quando você mesmo faz a doação, é possível doar mais do que bens materiais! Você pode doar carinho, atenção, uma parte do seu dia para alegrar a vida das pessoas que são ajudadas por essas instituições! E no caso dos que comem porque gostam do lanche: vejam o vídeo, conheçam mais a respeito do que vocês estão comendo e repensem!

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Bebês Fast Food

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Atualmente, dependência dos junk foods está afetando faixas etárias cada vez mais jovens, e agora estamos criando uma geração de bebês viciada em fast food. Este documentário produzido mostra bebês e crianças que tem uma dieta baseada em batatas fritas, hambúrgueres, kebabs, etc – tudo regado a muito refrigerante. Explorando as razões profundas pelas quais os pais recorrem à alimentação junk food, o filme segue três famílias à medida que tentam desesperadamente voltar a uma dieta equilibrada. Para isso, os pais contarão com uma equipe de especialistas que irão orientá-los através das técnicas mais recentes na difícil tarefa de mudar seus hábitos alimentares e afastar seus filhos do fast food.

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Exibição do documentário Muito Além do Peso foi um sucesso!

Por Camila Araújo e Mariane Bandeira.

A exibição do documentário Muito Além do Peso, promovida pelo PropagaNUT na noite da última segunda-feira (8/7) na Livraria Cultura, foi um sucesso!

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Mesa Redonda – Renata Monteiro, Raquel Fuzaro, Eduardo Damasceno e Elisabetta Recine.

Renata Monteiro: professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília e coordenadora do PropagaNUT – moderadora da discussão.
Raquel Fuzaro: advogada, ativista social e mãe, membro do Movimento infância Livre de Consumismo.
Eduardo Damasceno: publicitário, sócio e diretor de criação da agência de comunicação Albergue Criativo e sócio e designer da empresa de objetos criativos dZáin.
Elisabetta Recine: professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília, conselheira do Consea e também uma das entrevistadas no documentário.

O evento contou com convidados especiais de diversas áreas, o que enriqueceu o debate, já que trouxe argumentos do ponto de vista acadêmico e da sociedade civil. Foi falado sobre políticas públicas e ações de Educação Alimentar e Nutricional nas escolas e de como elas têm um papel importante na formação e ensino de hábitos alimentares – mas como isso ainda é pouco explorado nas disciplinas e atividades escolares. Além disso, foi discutido também sobre as experiências de cada um em diferentes papéis – como mãe ou como indivíduo influenciado pela mídia, por exemplo -, sobre como os alimentos industrializados estão “arraigados” no nosso dia a dia e de como existe uma dependência do seu consumo na sociedade atual.

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Renata Monteiro – coordenadora do PropagaNUT.

A discussão contou ainda com a participação da plateia debatendo o seu ponto de vista sobre o tema, os impactos que o filme gerou, bem como a sua experiência com os filhos em relação ao contexto atual e a alimentação.

A equipe do PropagaNUT agradece a presença de todos que participaram dessa noite conosco. Esperamos ter contribuído um pouco mais para despertar a reflexão e conscientização a respeito dos problemas relacionados a má alimentação, com o consumo excessivo de alimentos industrializados, a influência da publicidade na formação dos hábitos alimentares e como tudo isso culmina no crescimento  da epidemia atual de obesidade.

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Equipe do PropagaNUT e convidados: Camila Leão, Renata Monteiro, Raquel Fuzaro, Eduardo Damasceno, Elisabetta Recine, Camila Araújo e Mariane Bandeira.

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PropagaNUT promove exibição do documentário Muito Além do Peso em Brasília

No dia 8 de julho (segunda-feira) às 19h, o PropagaNUT irá promover a exibição gratuita do documentário Muito Além do Peso no Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura – Shopping Iguatemi de Brasília. A sessão será seguida de um debate moderado por Renata Monteiro (professora da Universidade de Brasília e coordenadora do PropagaNUT), com a presença de Elisabetta Recine (professora da Universidade de Brasília, conselheira do Consea e uma das entrevistadas no documentário), Raquel Fuzaro (advogada, ativista social e mãe, membro do Movimento infância Livre de Consumismo) e Eduardo Henrique Damasceno (publicitário, sócio e diretor de criação da agência de comunicação Albergue Criativo e sócio e designer da empresa de objetos criativos dZáin).

O documentário aborda sobre um problema crescente:

Pela primeira vez na história da raça humana, crianças apresentam doenças de adultos: problemas de coração, respiração, depressão e diabetes tipo 2. Todos têm em sua base a obesidade. O documentário, com direção de Estela Rener e produção de Marcos Nisti, discute por que 33% das crianças brasileiras pesam mais do que deviam. As respostas envolvem a indústria, o governo, os pais, as escolas e a publicidade. Com histórias reais e alarmantes, o filme promove uma discussão sobre a obesidade infantil no Brasil e no mundo.

 Diante da epidemia global de obesidade infantil, levando em conta a influência da publicidade e das mídias na infância e nos hábitos alimentares, é importante expor essa realidade para pais, educadores, crianças, estudantes, enfim, para o público em geral, com o intuito de informar, conscientizar e discutir sobre o problema.

Participe dessa discussão conosco! Divulgue para seus pais, amigos e familiares. Contamos com a presença de vocês!

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Nutricionista aponta a interferência dos pais na obesidade infantil

A Revista do Conselho Federal de Nutrição, na edição de janeiro-abril de 2013, entrevistou a nutricionista Dra. Isa Maria de Gouveia Jorge que investigou, pela primeira vez no Brasil, os hábitos e preferências alimentares de crianças pré-escolares. O estudo, intitulado Aceitação de alimentos por pré-escolares e atitudes e práticas alimentares exercidas pelos pais, resultou na tese de doutorado  da nutricionista, defendida na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) em 2011. Em entrevista à Revista CFN, Isa fala sobre a relação do comportamento de pais e filhos com a obesidade infantil.

“Nas últimas décadas, o excesso de peso tem aumentado, inclusive, entre as crianças de 4 a 6 anos. É na infância que os hábitos alimentares são formados e, dependendo da disponibilidade e do acesso aos alimentos, assim como das interações entre pais e filhos no contexto alimentar, as preferências e o padrão de consumo das crianças podem influenciar no seu estado nutricional.”

Confira a entrevista na íntegra!*

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Fonte: Revista – Conselho Federal de Nutrição – páginas 12 e 13.

Confira também, neste link, um resumo do estudo.

*Clique na imagem ou no link da fonte e busque as páginas 12 e 13 da revista.

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Um manifesto pela regulação da publicidade de alimentos!

Por Camila Araújo e Mariane Bandeira.

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Estamos vivendo um momento único na nossa história. Há muito tempo, não vemos os brasileiros tão unidos e saindo para as ruas indignados com a triste realidade do País. A saúde está precária, os meios de transporte público não funcionam como deveriam e se mostram insuficientes para a demanda, faltam investimentos na educação, fora a questão da corrupção, desvio de verbas, impunidade, altos impostos e diversos outros problemas que assolam a Nação. E para engrossar o caldo, os elevados gastos com a Copa do Mundo para a construção de faraônicos estádios de futebol juntamente com o aumento das passagens de ônibus em São Paulo foram a gota d’água! São tantas coisas para reclamar e reivindicar, a população está tão saturada e revoltada que todos estão levantando bandeiras por suas causas.

E aproveitando esse clima de mudanças e protestos, o PropagaNUT também quer manifestar sua causa. Estamos cansados, revoltados e indignados com tantos abusos cometidos pela indústria e marketing de alimentos industrializados, principalmente aqueles direcionados ao público infantil! A epidemia de obesidade é real e global, e mais de 90% dos alimentos promovidos pela publicidade são ricos em açúcar, gordura e sódio. Dados do Ministério da Saúde revelam que 30% das crianças brasileiras estão com sobrepeso e obesidade e 7 em cada 10 crianças continuam obesas na fase adulta. Recentemente, foi publicada uma pesquisa sobre o impacto da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS) em que são gastos anualmente 488 milhões de reais com tratamentos de doenças associadas a esse quadro.

REGULAÇÃO DA PUBLICIDADE DE ALIMENTOS JÁ!

Para mais informações, acesse:

Frente pela regulação da publicidade de alimentos.

Campaign for a Commercial Free Childhood.

Instituto Alana.

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Associação civil mexicana exige retiro imediato da publicidade da Coca-Cola

Por Mariane Bandeira.
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A campanha publicitária da Coca-Cola “149 calorias” está causando indignação nos mexicanos. E não é pra menos. O México, assim como vários outros países no mundo, entre eles o Brasil, enfrenta uma grave epidemia de obesidade, principalmente entre os mais jovens. E lá o refrigerante da Coca-Cola mais consumido é o de 600ml – o equivalente a 16 pacotes de açúcar! Como é possível observar na figura acima, a marca utiliza sua famosa garrafa de vidro para ilustrar a quantidade energética (ou melhor, de calorias vazias). Contudo, essa embalagem é de 355ml, e não de 600ml. O problema está no fato de que a figura pode confundir os consumidores e leva-los a pensar que essa garrafa corresponde a de 600ml. Isso pode se caracterizar como propaganda enganosa, violando diversas leis, inclusive a Lei Federal de Proteção ao Consumidor.

Coca149Calorías1Para piorar a situação, nessa mesma campanha a marca utiliza imagens relacionando o consumo de Coca-Cola com práticas saudáveis. No México, 7 em cada 10 adultos e 3 em cada 10 crianças apresentam sobrepeso ou obesidade, e a maioria da população tem um consumo calórico elevado. E ingerir calorias extras provenientes de bebidas açucaradas significa aumentar os riscos com a saúde e, consequentemente, os gastos também. Uma pessoa com peso normal pode ingerir calorias extras e queima-las durante uma atividade física. Porém, uma pessoa com sobrepeso ou obesidade geralmente apresenta problemas no metabolismo, e tem mais dificuldade para gastar energia. E é importante considerar que grande parte dos mexicanos não praticam exercícios físicos. Logo, a ingestão dessas calorias irá contribuir para o ganho de peso.

Coca149Calorías2Outra questão levantada é que a Coca-Cola insiste no discurso furado que “calorias são calorias”, e isso definitivamente NÃO É VERDADE! As calorias provenientes das bebidas são calorias vazias, por não possuírem NENHUM benefício para saúde. E devido a grande quantidade de açúcar, o refrigerante eleva os riscos de danos metabólicos e surgimento da síndrome metabólica (caracterizada pelo acúmulo de gordura abdominal, baixos níveis de HDL – colesterol bom, triglicerídeos aumentados, hipertensão arterial e aumento da glicemia – açúcar no sangue).

Por último, existem várias evidências científicas de que o consumo elevado de açúcares podem desencadear vício. E a publicidade da  Coca-Cola induz de maneira abusiva o consumo cada vez maior da bebida. O que constitui um fator de risco para viciar as pessoas no produto.

Devido a todas essas justificativas, El Poder Del Consumidor exige o retiro imediato da publicidade da Coca-Cola.

 Fonte: El Poder Del Consumidor.

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Especialistas fazem alertas e ressalvas sobre anúncio da Coca-Cola

Por: Marcelo Torres

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Na semana retrasada, a Coca-Cola divulgou uma série de ações que seriam implantadas, em âmbito mundial, em relação ao controle da obesidade. De acordo com a versão oficial, a empresa deixará de veicular propaganda para crianças e diminuirá o nível de caloria de seus produtos, entre outras ações anunciadas.

O anúncio, porém, foi recebido com cautela por profissionais, pesquisadores e especialistas em segurança alimentar e nutricional, que veem o risco deste anúncio ser “mais um exemplo de uma prática velada de marketing, cujos verdadeiros objetivos seriam a promoção da imagem comercial e ampliação das vendas dos seus produtos”.

“Apesar de o anúncio aparentemente ser positivo, é preciso ter em mente que iniciativas como essas funcionam na maioria das vezes como práticas de marketing veladas”, avalia Mariana Ferraz, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

“Ao veicular um compromisso desses, a empresa vende uma boa imagem à população, reforça a confiança do consumidor e, por fim, acaba estimulando o consumo de seus produtos”, argumenta ela.  A conselheira acredita também que o anúncio visa adiar a regulamentação da publicidade, proposta que é defendida por inúmeros setores da sociedade envolvidos na proteção dos direitos das crianças e promoção da saúde. “Trata-se, na verdade, de tentativa de protelar medidas regulatórias realmente eficazes”, completou ela.

Já o professor do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Augusto Monteiro, destacou que a medida é uma espécie de “mea-culpa” das empresas. “Embora o resultado prático do anúncio seja muito pequeno, quando não inexistente, destaca-se que as empresas finalmente admitem que seus produtos, ou pelo menos parte deles, não são saudáveis”, diz ele.

Monteiro também chamou a atenção para uma declaração do vice-presidente da Coca-Cola no Brasil, que alegou ser o consumo médio diário de refrigerantes no Brasil de 7% do consumo total de calorias, o que “não seria uma quantidade irrelevante, mas pouca em relação ao total”, segundo o executivo da multinacional.

“Sete por cento das calorias totais no dia correspondem, no Brasil, a cerca de 140 quilocalorias, ou ao consumo de uma lata de Coca-Cola todos os dias”, calcula. Segundo ele, “evidências científicas hoje incontestáveis demonstram que as calorias que se originam de bebidas açucaradas (e vazias de outros nutrientes) não são ‘registradas’ adequadamente pelo organismo, o que leva  a considerar estas 140 quilocalorias, por exemplo, como consumo extra”.

Por isso, segundo o professor, os indivíduos “não compensarão adequadamente a ingestão dessas calorias, reduzindo o consumo de outros alimentos. Caso a compensação não ocorra, o consumo ‘extra’ de 140 quilocalorias produzirá ao final de um ano um ganho de peso ‘extra’ de quatro quilogramas (kg) e meio. Em cinco anos de consumo, o acúmulo de peso seria de mais de 10 kg, o que é muito para a maior parte dos indivíduos”, alerta.

Outra especialista ouvida sobre o anúncio da multinacional foi Elisabetta Recine, professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), integrante do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional (Opsan/UnB) e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

“Não há nenhuma evidência de que o anúncio seja efetivo e que será ampliado para todos os pontos de contato do marketing da empresa com o público infantil, uma vez que atualmente a televisão é apenas um dos canais de comunicação da empresa com os consumidores”, argumenta.

Segundo ela, “as crianças, por exemplo, são atraídas cada vez mais para a internet, para participarem de jogos e promoções; outro aspecto é que, até o momento, grande parte dos compromissos voluntários que a indústria de alimentos assumiu no plano internacional não é respeitada, da mesma maneira, por suas sedes nacionais”.

“Antes das comemorações [do anúncio], que seja reforçado o monitoramento para verificar o que realmente está mudando na prática desta e das demais empresas, e a repercussão destas possíveis mudanças no comportamento alimentar e na saúde das crianças e da população em geral”, finalizou ela.

Fonte: Ascom/Consea

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Tony e Ronald em busca de novos empregos

Por Camila Araújo.

A Consumers International (CI) – juntamente com International Obesity Task Force (Força Tarefa Internacional da Obesidade), UK Health Forum (Fórum de Saúde do Reino Unido), World Cancer Research Fund International (Fundo Internacional de Pesquisa ao Câncer), World Action on Salt and Health (Ação Mundial sobre Sal e Saúde) e World Public Health Nutrition Association (Associação Mundial de Nutrição em Saúde Pública) – apresentou uma declaração para a 66ª Assembléia Mundial da Saúde da OMS (Organização Mundial de Saúde), manifestando seu apoio ao Plano de Ação Global da OMS para prevenção e controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).

A declaração destaca a importância do Plano de Ação Global da OMS sobre DCNT e convida os Estados-membros a apoiarem a inclusão do Plano através de um conjunto de ações políticas e regulatórias para ajudar o consumidor a ter uma alimentação mais saudável. Dentre alguns pontos da declaração estão: implementação do conjunto de recomendações sobre marketing para crianças; desenvolvimento de rótulos de alimentos claros e legíveis para os consumidores; adoção de instrumentos econômicos e fiscais para incentivar escolhas alimentares e ambientes mais saudáveis; medidas para reduzir o nível de sal, gorduras saturadas e açúcar incluídos em alimentos e bebidas processados e medidas para aumentar o consumo de frutas e hortaliças.

Outras ações que estão ocorrendo na Assembléia Mundial de Saúde da OMS

Uma campanha proposta pela Consumers International e por El Poder del Consumidor está dando o que falar. O tom cômico e irônico dessa campanha já foi discutido no blog, nesse post, sobre o “Cártel de la Chatarra” ou o “monopólio dos junk foods“.

Em protesto que exige a proibição da publicidade de alimentos não-saudáveis dirigida às crianças, membros da CI apareceram vestidos de Ronald McDonald e de Tony, o Tigre.  Os detalhes estão logo abaixo:

Ronald McDonald e Tony, o Tigre, buscam trabalho!

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Após anos de venda de hambúrgueres, batatas fritas e cereais açucarados para crianças de todo o mundo, Ronald McDonald e Tony, o Tigre, se encontram em Genebra, na Assembléia Mundial de Saúde, para se desculpar por seu comportamento passado e encontrar um novo trabalho.

Ronald McDonald e Tony estão distribuindo seus currículos para delegados da Assembléia Mundial de Saúde da OMS, além de experimentar novos trabalhos, como parte de uma campanha da CI e seus membros a favor da proibição do marketing de alimentos não-saudáveis dirigido às crianças.

O público é convidado a sugerir novos empregos para Tony e Ronald via Twitter usando #jobs4RonandTony.

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Novos empregos para Ronald e Tony!
Clique na imagem para ampliar.

Em 2010, mais de 42 milhões de crianças menores de cinco anos de idade estavam com sobrepeso ou obesidade e este número cresce a cada ano. É amplamente reconhecido que o marketing de alimentos e bebidas pobres em nutrientes e ricos em energia dirigidos às crianças afeta as suas preferências alimentares, ajudando a estabelecer padrões de consumo que favorecem a pandemia de obesidade.

A Assembléia Mundial de Saúde se reúne em Genebra, na Suíça, de 20 a 28 de maio, para discutir sobre um novo Plano de Ação Mundial para controle e prevenção das DCNT, cujas ações incluem a aplicação das recomendações para limitar o marketing de alimentos dirigidos ao público infantil.

Fontes: Consumers International, El Poder del ConsumidorIdec.

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Venda casada de lanches e brinquedos: um descaso no cumprimento à lei

Por Camila Leão.

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Obesidade, sobrepeso, hipertensão e diabetes. Há alguns anos, era raro encontramos essas palavras em uma mesma frase que estivesse se referindo às crianças. Porém sabe-se que mundialmente essa situação mudou e que cada vez mais é comum encontrarmos crianças com pelo menos uma dessas condições.

Atualmente 30% das crianças brasileiras estão com sobrepeso e entre elas, 15% já podem ser classificadas como obesas. As principais causas para números tão alarmantes, são a má alimentação e o sedentarismo, cada vez mais presentes no cotidiano dessas crianças.

Atitudes que possam gerar mudanças nesse quadro são positivas, principalmente quando há apoio do Governo, visto que assim o controle e o rigor na cobrança DEVERIAM ser maiores, porém…

Em setembro de 2012, no Rio de Janeiro, foi aprovada uma lei (lei 5.528/2012) que proibia a comercialização de lanches acompanhados de brindes e brinquedos, em estabelecimentos localizados no município do RJ. A lei, que entrou em vigor na data de sua publicação, prevê uma multa de R$ 2.000,00 caso o estabelecimento não cumpra o que foi determinado, podendo ser cobrado o dobro desse valor no caso de reincidência.

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Entretanto o Instituto Alana realizou uma pesquisa (veja aqui) que mostrou que apenas o Burger King, entre sete cadeias de fast food da região, estava cumprindo a lei. O Mc Donald`s, Habib`s, China in Box, Ghendai, Giraffa`s e Bob`s continuam a realizar a venda casada de lanches e brinquedos para as crianças.

Na semana passada o Alana enviou uma representação ao Procon Carioca e do Estado do Rio de Janeiro e ao Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do RJ, pedindo que houvesse a fiscalização e que medidas fossem tomadas visando o cumprimento da lei.

Em resposta o diretor executivo da Associação Nacional de Restaurantes, Alberto Lyra, disse que assim como já aconteceu em outras cidades, a lei está sendo questionada e que portanto, não pode-se afirmar que os restaurantes estão descumprindo a mesma.

É preciso que os cidadãos se conscientizem, denunciem e cobrem cada vez mais de seus governantes, pois sabemos que as consequências de problemas como a obesidade são graves e, como podemos ver, as grandes empresas não estão preocupadas!

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